domingo, 22 de dezembro de 2019

Verão 2020

Feliz Verão!!!
 Começamos com os dias máximos de iluminação...
Todos em ritmo de Natal...
No hemisfério Sul o calor nos conduz a roupas curtas, chinelos e roupa de banho... 
Um convite para uma salada verde e refrescante...
No alto do céu - Alnilan brilha azul. 
Junto as suas irmãs Almintaka e Mintaka.
Numa linha vejo a estrela vermelha da constelação de Touro- Aldebaran.
E a estrela mais brilhante do céu faz figuração numa seguencia - Sirius.
O céu noturno fica mais brilhante... 

Nesta noite de lua minguante para nova.. as estrelas são uma sensação. 
No início da noite Vênus tem estado lindo, coroando a noite para as estrelas ....

Daqui a mais 3 dias - as festas do solstício de inverno vão comandar o encerramento de um ciclo..
E vc acha que o Dia 25 é porque alguém especial que nasceu neste dia... Ainda não entendeu que a gente se apropria de tudo na cara de pau... 
Aproveite pra ir a praia e lavar a alma e pegar o tanto da energia do Sol durante o Verão.

Comemore a renovação do ciclo do Sol e renove a esperança.


domingo, 27 de outubro de 2019

Outubro rosa


Um dia de cada vez.
Nestes tempos de agora temos falado de Feminicídio quase que diariamente.
A violência domestica e todas as violências contra a mulher têm sido debatidas e combatidas de forma intensiva como não se fez nestas terras brasilis nos últimos 30 anos.
O machismo também tem sido combatido e toda uma discussão das nossas atitudes sociais e como projetamos nossas relações sexistas tem sido temas de rodas de conversa e debates.
Não sei se isso fará de fato uma mudança nas nossas relações, contudo trás a tona quem somos e o que queremos de sociedade num futuro próximo.

Em outros tempos este mês rosa estaríamos só discutindo a questão do câncer de mama, câncer de útero, presença da mulher na sociedade e as questões de saúde feminina - hoje estamos falando de sobreviver das mulheres em questões de vulnerabilidade social e assassinatos de mulheres pelo fato de serem mulheres.

É preciso falar de mulher, com mulher, para mulher, sendo mulher ou não.
Somos XX

É preciso falar e ter sororidade. 
Quem gera o ser humano é a mulher.
E mesmo que vc diga precisa de um homem, te falo hoje com um pouco de ciência podemos transformar um ovulo em uma espécie de gameta - as mulheres seriam autossuficientes de si mesma no processo reprodutivo. Não acredito que isso seja a solução para a sociedade e nem para as mulheres. 

Ainda acredito numa mudança maior quando conseguirem fazer que homens de fato XY possam engravidar, isso sim seria uma mudança incrível para nossa sociedade.

Mas por enquanto todas as crianças que chegam ao mundo passam pela barriga de mulher...

Salve as #ppks, #pererecas, #pombinhas, #borboletas, #escondidas, #perseguidas, #xoxotas, #xotas, #periquitas, #xanas, #abas-de-estrelas, #abigail, #amiginhas, #aranhas, #baratas, #bebetes, #braulias, #capôs, #judites, #queridonas, #prechecas, #buçanhas, #tutinhas, #pipocas, #esfihas, #florzinhas, #gretas, #malvadas.
(obs: tem inúmeros nomes para a vagina e a vulva, muitos são pejorativos ao órgão e a mulher). Vale cada uma dar o nome que se sinta empoderada ou confortável.


Neste mês “rosa” vale lembra que a vida humana ainda depende de dois indivíduos de sexos diferentes para gerar um terceiro... Mas pode ser um casal homoafetivo ter filhos, mas ainda assim essa criança sairá de um ventre de feminino, mesmo que de um homem transgênero (uma mulher que se percebe como um homem e que alguns casos faz alterações químicas e cirúrgicas para ficar semelhante a um homem).


Observações:
A intenção do texto é falar de MULHER geradora de vida.
Tem sim homens geneticamente falando que se sentem e se veem como mulher, nada impede deles serem mulheres ou se sentirem mulheres, contudo ainda não é possível uma mulher transgênero gerar uma criança no seu ventre. (quem sabe em breve isso seja possível, estou de fato nesta torcida tem tempo)

segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Outros tempos ....

Faz um tempo ausente.
Neste diário perdido do tempo; neste tempo líquido, instável e intermitente. Escrevo de forma irregular; ora aqui outra ali.
Tem dias que escrever é necessário, algo que absoluto, profundo e exato para o tanto que se vive, ou não.
Os dias tem sido estranhos e eu como sempre quase um estrangeira diante dele.
Os assuntos coloquiais são os noticiários políticos, o tempo e as coisas banais - como os assassinatos de balas encontradas corpos perdidos.
Estamos acostumados a nossa guerra diária surda de si, ausente de nós.
Eu, eu mesma estou no meu vazio de paixões humanas, a paixão preservada é a da labuta, essa que não responde ao meu esforço e digo como o platônico me sustenta nestes dias repetidos.
casa, faculdade, trabalho, casa, faculdade, trabalho, centro de umbanda, casa, trabalho, teatro, casa, faculdade, trabalho, casa, trabalho, casa...
Numa dizima periódica de um numero PI, as coisas se repetem oras com função oras com obrigação.
Como em outros tempo continuam a me detestar pela minha voz alta, meu riso escandaloso, minhas falas intermináveis, pela minha paixão pelo que faço, por ser o que sou e não caber em caixa alguma.

Estamos no inicio da Primavera. Entramos no ultimo período do ano - a ultima estação.
Logo completarei também mais uma primavera - será mais um ciclo de 10 anos.
Será que terei ainda tempo para esse prazer de escrever ? Ou farei como alguns amigos que escrevem por voz?
Lembro em horas vagas, em que algum momento da minha vida, lá na minha adolescência queria ser escritora, pensei em fazer jornalismo ou estudar Letras. Os fatos da vida me arrancaram os sonhos das letras e outros tantos que tive.
Sobrou um chão duro com chapiscos e o sol quente. Os sonhos voaram.

Nestas andanças sobre esse chão, o pés calejam e depois já não sentem mais a dor. E por vezes outros sonhos nascem nestes outros tempos áridos.
Projetos, ambições e pés no chão.

Mesmo que na cabeça habitem sonhos mirabolantes de mundos mágicos com elfos e sereias, na realidade deste tempo dão, só podem habitar seres que andam pelo chão de chapisco e riem do sangue que correm dos pés e dizem que nada sentem. Andam maltrapilhos e sem dentes, em corpos gordos e desajeitados com garrafas de refrigerantes nas mãos. 
Os sonhos cabem em numa propaganda que passa pela caixa preta da tv ou do celular... 

Nestes tempos líquidos a morte tem tido as vezes mais valia que a vida... 
tristes tempos esses ... Ondes os sonhos são comprados e quase nada vividos.

domingo, 30 de junho de 2019

Multidão

Nas noites de sexta ...
Os bares e inferninhos fervem.
Um fervor amistoso de gente interessada em gente ou coisas proibidas ou coisas próprias dos inferninhos.
Enquanto você está acompanhando a multidão passa ser um aglomerado de pessoas interessantes e interessadas nas mesmas coisas.
Enquanto sozinho, absorto e um tanto alienado do mundo da multidão... É só mais um sozinho. Todos são quase uma coisa só, um aglomerado de gente em profusão.
As festas e os inferninhos vibram de gente sozinhas cheias de solidão, que resplandece com as multidões multifacetada de caras e bocas apaixonadas por multidão.
Nas multidões os sozinhos as vezes se sentem multidão ou encontram outros sozinhos e deixam de estar só. 
As multidões guardam solidões invisíveis.
Os solitários não guardam multidão alguma.

quinta-feira, 27 de junho de 2019

Conta gotas


PLIM, PLIM, PLIM, PLIM, PLIM, PLIM, PLIM, PLIM, PLIM, PLIM, PLIM, PLIM, PLIM, PLIM, PLIM, PLIM, PLIM, PLIM, PLIM, PLIM...

20 gotas.
É o que diz na bula.
Será que vai fazer efeito? Quanto tempo vai levar para passar a dor?
Será que em 30 minutos estou legal?
Vou tomar mais água, esse negocio é amargo demais.
Vou me deitar.

Valéria deita no sofá da sala, com dor ainda após ter tomado mais uma dose de analgésico em gotas.
Tem a esperança de a dor passar em breve.
Já deitada, com os olhos cerrados, a dor ainda atormenta e pensa e sonha que a tal dor irá logo passar.
Por alguns segundos até cochila, mas a dor tem pontadas e logo de olhos abertos espia o mundo e chora.

Pensa novamente em que a dor tem que passar logo.
Volta a fechar os olhos e tentar dormir. Desta vez com algum sucesso, dorme.
Depois de 1h, Valéria desperta, observa a casa e pergunta o que se passou consigo e percebe que a dor ainda estava ali no mesmo lugar antes do breve sono, um pouco menor mais ainda ali.
Levanta-se do sofá, caminha até a cozinha e revira os potinhos de remédios que tem dentro do armário procurando algo mais forte para aliviar a dor de vez.
Encontra numa cartela um comprimido branco que diz 1g, o que a convence que esse poderia ser o mais potente que ela teria em casa. Retira do blister e coloca –o na boca e pega uma garrafa de água na geladeira e toma a água sobre o comprimido. Engole.
Respira fundo umas duas vezes ainda em pé ao lado da geladeira. Volta para sala e senta-se no sofá e chora.
Na cabeça de Valeria o tempo não passa assim como a dor. Eles pararam em algum momento antes do vazio que consome o peito se instaurar de vez.
A casa vazia, todos os barulhos são ensurdecedores, assim como o pingar de uma torneira no banheiro:
Plim, Plim, Plim, Plim, Plim, Plim, Plim, Plim, Plim, Plim, Plim, Plim, Plim, Plim, Plim, Plim, Plim, Plim, Plim, Plim...
E o tic-tac do relógio: tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac…

Só fazia piorar a dor. Uma dor que já não era só física era na alma, não teria remédio que tratasse aquela dor da solidão.

segunda-feira, 20 de maio de 2019

Memorial

Até onde nosso cérebro é capaz de guardar lembranças?
Que tipo de lembranças guardamos? Alegres e tristes?
O quanto nós sabemos de nossa família?

Em algum momento da minha vida comecei guardar memorias. Lembro de coisas de quando tinha uns 2 anos de idade, como e porque?
Já tenho lapso de memorias de tempos enormes bem mais recentes. O nosso cérebro é inteligente o suficiente para decidir por nós o que é importante e o que não é.

A minha mãe sempre aumentou o tempo de tudo ou reduzia o tempo a quase nada . Até hoje para falar as horas elas sempre aumenta o tempo do que é real. Se são 19h10 ela diz que já são 19h30 ou que já são 20h... É um exercício de paciência para mim.
Nesta relação que tenho com a minha mãe, também tive que aprender a lidar com o tempo dela correr mais rápido que o meu, mesmo que eu ande mais rápido que ela, a minha mãe sempre está acelerada com um coração que bate bastante disritmado por conta da angina. 

Guardo memórias do tempo da infância, que vez em quando vem a tona e me fazem chorar. Principalmente das tantas viagens que fiz ao Rio Grande do Sul- da infância a adolescência, quase sempre no verão, algumas no inverno e apenas uma na primavera. 
Cada viagem uma história, cada parada em um casa uma coleção de aventuras, cada visita a um parente distante um perfume e um sabor, um elemento decorativo, uma experiencia sensorial.
Lá se vão 25 anos que não faço mais essas viagens desse jeito.
Cheguei a ter raiva de viajar, de não querer mais. De ter briga com o relógio e com o mundo. Fiquei 5 anos sem ir ao Rio Grande do Sul nos meus tempos mais austeros de dinheiro e tristeza .
Não se corta laços afetivos de vida tão fáceis assim, como se deixa de beber, fumar ou ter qualquer outra bengala de vida.

Memorias são feitas de sensações, de emoção, de laço. 
Lembro de coisas de todos os tipos - agora mesmo lembrei de quando os netos da proprietária da casa onde eu morava quebraram um liquidificador de brinquedo que eu tinha, colocando pedras dentro dele. As outras crianças eram mais velhas que eu. A minha mãe brigou comigo porque ela tinha falado para não emprestar nada para ninguém, na verdade eu não emprestei só mostrei, mas eles pegaram e colocaram as pedras e ligaram o brinquedo que era a pilha... Chorei pela minha ingenuidade, tinha 5 anos. Os netos da vizinha 6 e 7 anos.   
Porque lembrei disso?
Pois sou ingenua em achar que você do outro lado deste texto pode ser alheio a isso tudo que escrevo ou acreditar que essas histórias só servem a mim.
Esses dias mesmos precisei fazer um trabalho para faculdade sobre experiências no cinema. A minha mente fez um nó.
Um nó por conta das lembranças. A cada coisa que lembrava vinha outra coisa em outro tempo com a mesma intensidade. 
Sofri para escrever sobre aquelas lembranças, não pelos pelos detalhes, mas porque eles vinham cheias de coisas que não sei explicar, que não estavam na tela do cinema, estavam em me fazer lembrar que em algum momento da vida tinha de fato alguém para conversar comigo sobre as emoções que estava vivendo vendo aquele filme.
Hoje viajo, vou ao teatro, cinema, eventos, lugares sozinha. As emoções e as histórias que vivo são exclusividade minha, num egoismo profundo. Não me dou mais trabalho de convidar ninguém.
Divido aqui um tanto dessas histórias, as reais e as que crio, mas compartilhar as minhas vivências num tempo real é coisa para poucos.

A psicologa esses dias me perguntou se além de contar as minhas tantas histórias, se também crio. Ainda não falei dela do blog e nem da morte prematura dos sonhos de escritora aos 17 anos. 
Escrevo mal. Tenho consciência disso, porém não largo essa bengala desde dos 12 anos, quando tive o meu primeiro diário e os prazeres da poesia. 
Isso aqui não é esconderijo, isso é janela para rua de uma casa pálida e sem jardim.

A memoria pode falhar. O que não pode falhar é a emoção. De quando vemos um amigo de longa data que mora longe, saber que esta bem. Um tio ou primo quando se fala ao telefone é diz que está com saudade.... doí porque vc também sente saudades do que foi e daquilo que também não será. 
Sofro de uma saudade eterna, de uma enorme coleção de histórias. O que me acalma é saber que todos os dias, todos os dias  mesmo poderemos contar histórias reais novas, mesmo que esqueçamos todas as outras histórias, tanto boas quanto as ruins. 
O que vai nós restar são as emoções  - o amor, a alegria, a surpresa, a raiva, a dor, a paciência, a paixão, o desejo e o sonho. Essas coisas a memoria não apaga, pois quem cuida é o coração.

Outro dia venho aqui e conto um pouco mais da minha vida, tem sempre um curioso que gostar de saber.
Sei que quem vive de passado é moinho. Mas moinhos geram energia. Eu guardo dentro de mim um pequeno gerador.  

sábado, 16 de março de 2019

Reunião subversiva


No meio da tarde, em quantos todos estavam trabalhando em seus computadores e projetos, uma turma reunia-se sorrateiramente na copa. A tal hora do café era sagrada. Aqueles 15 a 20 mim de pausa eram fundamentais para que todos depois pudessem voltar suas atividades diárias.
Naquele dia o café estava diferente. Eles estavam diferentes. Algo tinha acontecido de estranhos e havia um silencio sepulcral naquela hora do café.
Normalmente tagarelavam sobre o futebol, as noticias de jornal, as viajem e projetos culturais que faziam pós trabalho e outras informalidades que colegas de trabalho fazem. Naquela tarde de sexta feira sobre nada falaram, simplesmente tomaram seu café e voltaram as suas velhas cadeiras...
Havia uma nuvem sob aquelas cabeças, como um temporal havia lhes tomado o corpo.
A causa parecia misteriosa.
No final do expediente, despediram-se amistosamente, mas sem o famoso tapinha nas costas e sem o convite para o futebol de fim de semana. O escritório parecia um deserto de humanidade, mesmo ainda tendo alguns sentando em seus módulos de produção.
O final de semana passou.
Na segunda-feira veio a noticia: a turma do café foi demitida por reunião subversiva por estar passando assuntos confidenciais da empresa para a equipe terceirizada da limpeza sobre as datas de pagamentos de salário e valores reais que eram repassados a empresa.
Os funcionários que ficaram estavam assustados, alguns achando que o motivo do desligamento era certo, pois os terceirizados não faziam parte direto da ordem de pagamento da empresa e que não poderiam saber quando seria a data de receber o salário. Outros acharam que a medida foi cautelar para o restante dos funcionários para não se envolverem com o pessoal da equipe de limpeza e ainda teve que eles tinham apenas que ser suspensos ou mudados de setor para não terem mais acesso aos terceirizados.
Contudo tinha um grupo que achou a medida descabida, pois eles mal conversavam com a turma dos terceirizado, pois estes viviam de cabeça baixa. Outros também viram com algo errado o desligamento da turma do café por que eles eram excelentes funcionários e tinham emplacados os melhores projetos dos últimos 3 anos. E teve uma turma que também desaprovou porque achou que o motivo real do desligamento era o fato da mulher do chefe ter elogiado a equipe na ultima campanha e o sub diretor ficou mordido de ciúmes e pediu a exoneração da turma do café.
Fato que a partir daquela segunda feira todos estavam desconfiando de todos, e ninguém acreditava mais no trabalho de ninguém.
Eles mesmo não sabiam mais ao certo com quem falar e quando viria uma nova equipe para substituir aquele demitida. Assim também não sabiam como ficariam os projetos assinados por eles e que ainda estavam em tramite e dependeriam da assinatura dos caras.
Uma é coisa ficou certa para todos os encontros na copa tornaram cada vez encontros subversivos e só podiam ir um por vez tomar café para que o episódio não se repetisse.
Mas será que isso ira acontecer?
A turma do café depois foi encontrada num barzinho discutindo os próximos projetos de fazer outra empresa em que poderiam tomar café a qualquer hora e ainda não terem mais regras de horário de produção.
Em breve teremos concorrência entre empresas de ideias, a com café e a sem café.

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