10 de Fevereiro de 2024.
Feliz ano novo chinês!
Mais um ano de Dragão. Isso não me assusta. O dragão como um Elemental da água tem força para cruzar os céus.
Estou aqui pensando no meu currículo e tudo o que fiz da vida. Essa paixão pela doação da voz para explicar ou complicar coisas do dia a dia, deveriam ter me levado ao radialismo ou a propaganda e marketing. E mesmo como toda a minha vocação a oratória, não chego perto dos comícios e das tribunas jurídicas.
Fato que poderia ter seguido outros caminhos, até mesmo pela Geografia - esse curso que me custou o tempo da filosofia e me colocou nos braços da educação não-formal. Estar no campo da educação museal foi culpa direta da Geografia da UFRJ, que fechou as portas dos seus laboratórios para uma bolsista PAE ( programa de assistência estudantil) - ganhei a bolsa mas precisa me ocupar em algum lugar dentro da universidade para receber - parecia que todas as portas estavam fechadas para mim - isso em 2002. Mas a Casa da Ciência me acolheu. Acolheu do jeito dela, da forma que deu, colocou-me ali no meio do salão de exposição e se vira ai nos 30". E me virei e como me virei - até Visconde de Sabugosa fui, falei de Fisíca, Química, Biologia, Insetos, DNA, Santos Dumont, Carnaval e Saúde Mental e outras coisas mais que apareciam por lá de paraquedas. Até auxiliar de produção eu fui. Vi exposições serem planejadas, curtidas, realizadas e encerradas. Aprendi ali um bocado sobre Produção Cultural em outros tempos.
Se Casa da Ciência me acolheu do jeito que deu, a Geografia me virou as costas, mas não virei as costas para ela, fiz do meu limão uma limonada e fui a luta dar aula.
Confesso que dar aula em sala de aula não é meu forte. Prefiro dar aula na rua e em espaço aberto, com a galera preocupada com o mosquito, com as cores das fachadas, com os barulhos da rua, com a interferência dos ambulantes perguntando coisas pra vender ou nos gritos de venda da cidade - quem não gosta de um bordão?
E ali no meio do caos da cidade que gosto de falar da Geografia. Falar da urbis. Falar do lugar. Falar do Não Lugar. Falar de cidade e ocupação. Falar de Identidade. Falar de vias e desvios. Falar dos relevos geográficos. E ali no meio do caos que vivo e consigo colocar as pessoas para viver e entender o lugar que vivem - a Cidade!
Se isso é ensinar, eu não sei. Eu sei o que é divulgar e o que é vivenciar o lugar.
É uma via sem volta essa de olhar o mundo como seu grande objeto de pesquisa e entender que tudo que ocorre de humano sobre ele e que define aquilo como Espaço e que cria laços de identidade, bom ali se tem um landscape GEOGRAFICO.
Você pode até dizer que estou inventando. Mas isso me move tanto quanto falar de estrelas e constelações, que por acaso também foi culpa da Geografia que me levou a olhar o céu e dizer por onde andas e para onde vás ... Se sei de fato que trilha é essa que estou a seguir, vou estar mentindo a vós mescê.
Só sei que de planetário e museus de ciência não dá pra viver essa que vós escreve; ora ou outra sou guia de turismo e levo o povo pra andar na rua e ver e ouvir sobre outras cidades.
Estou com saudades, mas quero tempo, muito mais que espaço para andar pela cidade.
Miro outras coisas e hoje curso Produção Cultural e quem sabe no futuro próximo faço um podcast sobre curiosidades Geográficas, mas como um conteúdo científico e não apenas de mero apreço cultural.
por hj é só pessoal.