Sobe um escada, abre a porta
Entre aberta, observa
No quarto a outra
Outra cor
Outra luz
Outra coisa
Escondido o outro te olha
Te deseja
Te contém
Mas te reprimi
Na janela vizinha
o casal ja desnudo
o outro
só se contempla
A outra
se esforça
Se ergue e enfrenta
Mas apenas lamenta
As outras se queixam
do cabelo
da unha
da novela
e aquela fica sempre esquecida pra trás
A outra face
é dada a porrada
apanha
sangra
chora
rebate com a outra face tal qual a primeira
A outra
Entra sem pedir licença
Faz ninho
casa e passarinho
a que estava vai sendo esquecida devagarinho
A outra
amante
amiga
irmã
nunca quase cabem na mesma mulher
O outro se esconde
desce as escadas
observar sob as frisas da porta
as palavras dadas para enganar.
Sempre tem um outro/a
a espera
ou a encontro
ou perdido
enquanto o que está se ausenta.
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