domingo, 15 de abril de 2018

Trem das amizades


No meio do meu vazio existencial tem uma necessidade inexata de preenchimento de algo valoroso.

No dormente do trem, apoia-se os trilhos, onde os vagões passeiam.
Mas para que serve os dormentes?
Para segurar os trilhos e manter o sistema em balanço.
Como uma rede de pano que embala o sono, os dormentes embalam os vagões...
O que me embala? Nesta ausência de sonhos e desejos.
Quem seriam meus dormentes?
Meu trabalho?
Meus estudos?
 Meu ego?
Meus olhos?

Os amigos são ausentes.
Culpa minha.
Por deveras desleixo meu, me ausentei, afastei , renunciei.

Contudo na outra ponta vi ... o inoportuno ciúmes.
Que tento odeio, raiar como um sol num inicio de uma manhã.
Não sei se partes de mim ou se partes do outro.

Cobram-me presença, simpatia, integração inter-pessoal.
Cobram-me que me relacione com o universo com um mega sorriso no rosto como se todas as portas estivessem abertas, como trem na estação...

Não estou parada.
Estou vazia e em movimento quase que continuo.
Com desejo louco de parar e abrir as portas... mas com um medo de sair batendo em todos, pela falta de balanço....
Os sonhos nos entorpecem, nos deixam mais leves, mais corajosos, mais assíduos e comprometidos.

O desejo de viajar e fugir é constante como um força centrífuga.... e me arremessar para fora de tudo.

Cade você que não me dá a mão?
Mas exige que eu esteja sempre com ela estendida?
Cade você que escuto os grito e o choro e lavo o rosto?
Mas agora que estou aqui de apenas passagem nem levanta um sorriso?

Não tem problema. Somos todos trens parados em algum estação uma hora nossos trens se cruzam numa estação dessas e nossas portas abriram umas para outras... Mas o tempo sera curto. Então aproveite outra chance pode não acontecer.

Pena que o meu trem está sem dormentes e pode em breve descarrilhar .
Como podemos deixar nos esvaziar dessa forma?
A culpa é minha que sempre cedo a vez.

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