sábado, 1 de abril de 2017

Amor museum

Quero um amor sincero.
Um amor desses de novela, que cabe em qualquer folhetim.
Um amor retalhado em monte cores como uma obra do Romero Britto...
Com direito a abraços confiantes e reconfortantes, intensos e sinceros.
Que esse amor fosse celebrado todos os dias em cenas fortes de carinhos públicos.
Que beijos fossem realizados mas galerias de museus de arte, se tornando também arte na sala de obras. Onde as pessoas ficassem admirando e questionando se era arte ou apenas um casal intenso...
Que esse amor multiplicasse-se em ações generosas de poesia e artes e verdades delicadas...
O amor assim proliferando em todos os cantos...sem vergonha de ser..
Um amor Museum.
Esse que já não existem mais nas casas, salas e livrarias.
Esse amor dantesco, apoteótico, magistral, cavalheiriço.... Onde os menestréis cantavam aos seres amantes como os seus olhos guiavam-se nas sacadas e salões.

Um amor que tivesse que ser inventado a cada dia, como uma cena de teatro, um experimento de um laboratório, um bilhete trocado...

Sim quero um amor desses a moda antiga. Mas que se reinventa nas academias, nos bares, nos salões de dança, nas ruas tortuosas, nas salas de aula, nos tinders, nos happns, nos facebooks ...
Nos encontros casuais.....

Quero um amor museum.
Pois hoje a maioria dos amores são voláteis; são meio oi e tchau, com umas trocas de mensagens superficiais. Eles não tem tempo de envelhecer, de virar quinquilharia, de virar arte, de se contemplar, de extasiar-se por completo, de reencantar-se e sonhar. 

Me deixe ... no meu amor sonhador, que cabe nas bordas de um papel...
Quantos bilhetinhos eu mandei para amores que nunca pude ter?


   

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...