quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Entardecer

Lagoa Rodrigo de Freitas
É verão!
Mais uma vez a cidade se transforma num formigueiro ambulante; uns amando o calor escaldante enquanto outros reclamando do suor correndo no rosto.
Em tempos de liberdades por horas extremas e outras horas contidas, mundo neste primeiros 20 dias de 2015 ja viu que nada será muito fácil ou legal.
Começo pelo atentado ao jornal de humor parisiense, com a morte 12 pessoas pelo fim "das charges de Maomé". No fim também mataram os assassinos. Quantos são os assassinos da fé?
Entre uma discussão religiosa e outra, todos já perderam a moral, pois todos levam bandeiras reafirmando que sua fé é a certa. E qual é a sua fé?
Nesta disputa com e sem fronteiras reais tenho a sensação que estamos a ponto de uma nova guerra santa, quase aos moldes da Idade Média.
Enquanto isso na Nigéria, atentados, também pela convicção da fé, fez uma menina-bomba e outro incidente matar mais de 50 pessoas, no mesmo estado.
A Europa como um todo aumentou sua vigilância com todos os muçulmanos e todos que entram pelas suas fronteiras, na esperança de conter o terror, aumentando ainda mais a sensação de insegurança.
Do lado de cá do Equador, mundo não gira muito melhor. Se chorou a morte de narcotraficante preso na Indonésia e condenado a morte, pois lá o crime tem como punição a morte por fuzilamento e ele sabia disso.
Em terras brasilis a água pode ser o fator de briga ou discórdia, os sistemas de abastecimentos das duas maiores metropólis do país estão no caixa zero e não ha muito o que fazer já que destruíram nos últimos 10 anos áreas de reserva florestal que protegiam os mananciais e áreas estratégicas de preservação ambiental de geração de "água". E estão pedindo socorro a São Pedro.
Na outra ponta da falta d'água é a falta de energia, já que a nossa é hidroelétrica, sem água sem energia; então coloquemos nossas usinas termoelétricas pra funcionar e aumentar a produção de poluição (to achando isso ótimo...).
Se a água não vai causar assassinatos diretos, mas indiretos a violência tem aumentado, de várias formas. As praias tiveram que ganhar reforço para impedir arrastões (será que impede?) e as balas perdidas andam soltas pelo calor do Rio de Janeiro.
Num outro contexto esse ano teremos arroxo econômico; o governo quer que o povo consuma menos; ao meu ver isso faz que tenhamos menos empregos de forma direta. Enxugar ministérios poderia ser uma boa, mas todos iriam também chiar, não vejo muita solução; todos querem ganhar de alguma forma.... Talvez se todos sonegarem ou se todos protestarem .... não sei... o calor impede de pensar muito.

Enquanto isso entardece alaranjado no céu carioca, há 15 dias sem chuvas.
Que o verão não queime nossos miolos, para que possamos pensar e agir para achar soluções reais aos nossos dilemas.
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