quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Vende-se

Vende-se.
Para vender antes se teve que comprar ou adquirir.
Apesar de que no mercado de ações vende-se a descoberto - isso quer dizer vender ações que ainda não se têm.
Vende-se.
São as placas que encontramos hoje aos montes pelas ruas, pelas janelas das casas e apartamentos.
Vende-se.
Não são sonhos ou conquistas e muito menos esperanças. Vende-se imoveis e moradias.
De repente e não mais que de repente o boom imobiliário grita: Vende-se!
Há de pensar-se que alguns anos atrás os imoveis estavam mais acessíveis a classe média, tanto alta como baixa, para aqueles que tinham dinheiro para investir. Hoje o mercado imobiliário está na crista da onda no valor máximo dos imóveis, de uma forma que a muito tempo não se via tantos imóveis sendo vendidos, ofertados e construídos pela cidade.
Ora vamos! A cidade precisa crescer, expandir-se para os lados, para cima e para onde antes a especulação imobiliária exitava pensar em entrar.
 Hoje surgem novos empreendimentos em Santa Cruz e Campo Grande, que até 10 anos atrás eram tidos como algo pouco provável, assim como outras áreas tida como distantes e esquecidas pelo governo - tem recebido empreendimentos imobiliários grandes, com condomínios com tudo que se tem direito: piscina, academia, portaria, salão de jogos. 
Outro exemplo está próximo ao Norte shopping, que há 30 anos atrás era apenas uma área entre Del Castilho, Engenho de Dentro, Todos os Santos e Maria da Graça, uma região que detinha empresas e indústrias, que por conta da politica econômica do município fez que muitas fechassem as portas ou fossem embora; com a construção de um shopping  na região dinamizou a vida social nestes bairros, porém só nos últimos 10 anos é que a especulação imobiliária investiu em novos empreendimentos nesta região, que cresceu mais de 30% do que era durante todos os anos 90.
Logo, os novos empreendimentos, cujo já possui moradores logo apresentaram placas: vende-se.

O boom imobiliário tem prazo para acabar, talvez no fim da copa de 2014, outros dizem que durante as olimpíadas de 2016, mas é certo que os preços dos imóveis já chegaram ao seu limite de valor de venda, tanto para os ricos quanto para os especuladores imobiliários, para que o mercado continue funcionando ele tende a se estabilizar e um algum tempo o preço voltar a cair.
Para que coisa fica um pouco mais compreensível um apartamento simples (2 quartos, sala, cozinha, banheiro) na Zona Norte em 2004 custava em média 70 mil reais, hoje o mesmo imóvel tem chegado a custar 180 mil reais em média, dependendo da localização e a metragem do imóvel e ainda a infra-estrutura do condomínio....
Em nenhum tempo se valorizou tanto morar em condomínio de apartamentos onde as relações sociais ficam privadas aos encontros de corredor e as áreas de lazer dentro do condomínio; onde a vida em sociedade se resume muito a vida familiar e encontro mais que ocasionais e cada vez mais o individualismo impera e imprime característica num tempo no mundo. 
Então tão logo que o condomínio não nos atende mais logo mudamos. Logo queremos construir imóveis logo prédios em condomínios com tudo que  pode haver de facilidades, logo quando isso continua num ciclo de interesse economico e de interesse sociais do individualismo de consumo - sejamos felizes.
Vende-se 
Felicidade 
Vende-se 
Um novo conceito de morar e viver na cidade.
E em breve com o fim do boom 
Vende-se deseperadamente.

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