quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Eu em eu.

Sinto falta de mim mesma.
Sinto a ausência calma e perplexa da minha essência
Meu perfume evaporou.
A chuva lava o chão e empossa a minh'alma de atenção.

Enquanto todos buscam nos outros os erros
para deles fazerem reflexão
Tento na força bruta entender meu espelho.
Pois já com carinho ele não me responde nada.

Sou eu no meio das minhas emoções e das minhas razões
Sou a montanha e água.
Tanto imponente quanto forte
Tanto fluida e inconstante.
E quando bate o vento mais um pedaço de mim se lasca.
Busco o calor do fogo
Mas vem a chuva e logo tudo se acaba. Vira lama e lodo.

Enquanto ergo o meu sorriso matutino
E a sua vidraça que estilhaça.
E teu pranto que te cala
No meu peito ainda revibra um amor amaldiçoado.

Entre perdas e danos
O que sou
é uma colagem de papel marchê.
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A montanha e a Chuva - Orlando Morais

Eu queria tanto lhe dizerDa minha solidão, da minha solidezDo tempo que esperei por minha vez,Da nuvem que passou e não choveu...Minhas mãos estão no arComo aeroporto pra você aterrissarTambém sou porto, se quiseres ancorar...Sou ar, sou terra e sou mar.Eu tenho a mão e você tem a luva,Eu sou a montanha e você é a chuvaQue escorre e some no final da curvaE beija o rio, pra abraçar o mar

É por isso que a montanha tem ciúmesQuando o vento leva a chuva pra dançarMuitas vezes tudo acaba em tempestadeRaios gritam sobre a tarde,Tardes dormem ao luar,Anoitece a minha espera,Amanheço a te esperar.. 

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