segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Resposta ao comentario do Sr. Albano.

Olá Senhores Leitores!

Sei que nem todos gostam das minhas opiniões e das minhas idéias, não tenho objetivo de agradar a todos, porém não acho que isso seja motivo para xingar ou ofender alguém por ter uma idéia diferente da sua.
A quase a 1 ano atrás escrevi um texto, que pelo jeito virou polemico, mesmo sem eu saber, pelo fato de ter uma visão ruim do novíssimo bairro da cidade Maravilhosa. Para todos: AMO A MINHA CIDADE!!!!!!!! Com todos os seus defeitos e acertos; ela é uma cidade incrível, excelente objeto de estudo e pesquisa, tem elementos peculiares sociais, históricos e geomorfólogicos únicos para um país continental.
O Bairro da Barra da Tijuca é fruto de projeto arquitetônico urbanístico do arquiteto Lucio Costa na década de 50, baseado nos padrões modernistas da época – pilotis, vias largas, grandes prédios, auto vias para o novo meio de transporte “popular” o carro, médios núcleos de circulação, sem esquinas – tudo altamente planejado – isso era o novo sonho de uma cidade planejada para uma pretensiosa capital que logo deixou de ser e virou alvo da especulação imobiliária.
Porém isso ainda levou duas décadas para ocorrer – somente nos anos 1970 a Barra da Tijuca ganha seus primeiro imensos condomínios de luxo sem rede de esgoto, transporte, iluminação pública em todas vias de acesso, nem rede pública de saúde e com uma escola pública do primeiro segmento dentro dos limítrofes do novo empreendimento imobiliário – chamado Novo Leblon. (Por favor se equivocar com o nome do condomínio me corrijam –não guardo tudo!).
Os condomínios e empreendimentos comerciais vieram ao longo destas ultimas três décadas, juntos com as pequenas ocupações irregulares e as grandes também. Contaram pra mim a historia da ocupação de Rio das Pedras – que uma favela que se encontra nos limítrofe dos bairros de Jacarepaguá e Barra da Tijuca – hoje uma “favela-bairro” – que tem maior parte de sua população oriunda de imigrantes nordestinos e mantém um processo vertical de favelização e apoio de milícias para manutenção da ordem, as primeiras casas foram erguidas pelos operários que ajudaram abrir as vias largas e posteriormente os que vieram a construir os primeiros arranha-céus. O fato deles não terem como voltar e muitos acreditarem que aqui conseguiria algo melhor foram se estabelecendo entre a encosta e a lagoa.
Se é verdade ou não, não tenho como afirmar. Isso já foi discutido pelos cientistas – saber a verdade cabe levantamento histórico de todo local.
Discussão imperar na questão de ter ou não ter favelas no pretenso bairro planejado, que falta transporte público eficiente – que realmente interligue a cidade em três eixos – zona oeste – zona oeste; zona oeste – zona norte; zona oeste – Centro. Falta uma rede saúde pública integrada, uma rede educacional que alcance a realidade das áreas de carência e por fim tornar parte integrada da cidade, não um nicho de uma pseudo-harmonia de consumo e paz capitalista.
Voltando a questão das favelas existem algumas na região: Vila União, Vista Alegre do Recreio, Vila do Autódromo, Jardim do Recreio, Pantanal, 8W, Beira Mar, Canal do Cortado – (estas estão entre o perímetro do Recreio e Barra da Tijuca)
O processo de expansão urbano é algo lento, mas muito rápido para destruição da Mata Atlântica e para o meio ambiente como um todo. A Barra pode ser sim o bairro do futuro, altamente planejado, com metrô, grandes centros comercias, sendo acessado por todos os moradores da cidade, com investimentos imobiliários auto sustentáveis – com usina de reciclagem, aquecedores solares, conservatórios de água da chuva, usina de tratamento de esgoto próprio, mais áreas verdes que aterradas. Isso pode ser real, basta força de vontade e encorajamento político.
Bom é isso.
Acesse esse link.

Agora a resposta ao sr. Albano sobre o texto Barra da Tijuca

Sr. Albano.

Meu interesse não era ofendê-lo com a minha opinião, de que acredito que os grandes condôminos são grandes bolhas herméticas de paz e harmonia, onde adolescente cometem infrações das leis que são de todos e por serem ricos podem comprar juizes e saírem ilesos.
Na Barra existem sim favelas, talvez não nos padrões "tradicionais da cidade" - Rio das Pedras e o Terreirão não estão longe e nem a Cidade de Deus. Recreio não é um bairro planejado; diferente da Barra da Tijuca, que é um projeto do arquiteto Lucio Costa nos anos 50, o Recreio sofre como o desenvolvimento em "saltos" e pelos investimentos galopantes das grandes construtoras imobiliárias.
Se você não gosta de andar, tudo bem, se o lugar onde você anda de carro ficar cada vez mais poluído também, porém os seus filhos e netos (se você quiser ter...) terão uma cidade mais cinza e mais poluída e muita menos bonita.
Se a cidade é imunda a culpa é sua também!
Minha também... Não ando de bicicleta e dependo de condução urbana para circular. Não moro próximo ao meu local de trabalho e nem no lugar dos meus sonhos... (que não vem ao caso). Faço a minha parte todos os dias, questionando o modo de uso da CIDADE e o que podemos fazer para ter uma cidade sempre mais bonita.
Sobre violência e medos à parte recomendo o livro do professor Marcelo José de Souza - FOBOPÓLE e sobre a cidade do RJ pode procurar Instituto Pereira Passos e algum texto do professor Maurício Abreu.
Sou geógrafa e olho a cidade com ar crítico consciente de que pode ser sim um lugar para todos e não só para uma parcela de seus moradores.
Metrô e "elétrobus" interligando toda a zona oeste, seria uma excelente forma de integração com o restante da cidade e um meio rápido de circulação de pessoas. Agora se você acha que andar de carro não polui, que o seu bairro é planejado, lindo incrível e que NUNCA sofrerá com o processo de expansão urbana é melhor você acreditar em Papai Noel.
Há lembrando um novo fato - se reclamar dos Jacarés da Barra da Tijuca - pense primeiro que eles estão aqui muitos e muitos e muitos anos antes de você chegar ao bairro - foram eles que ajudaram dar o nome desta baixada de JACAREPAGUÁ, agora que tudo faz parte de um grande bioma, neste processo não há uma divisão a partir das lagoas, mas sim sobre as encostas das montanhas, pois são de lá que vem as nascentes dos rios que vem desembocar e ajudar a formar as lagoas desta baixada e conseqüentemente também a baia de Sepetiba. Mas como você mora no Recreio o resto da cidade pode queimar que você pouco se importa, né? Vai continuar no seu universo a cheiro de petróleo.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...